Foram negócios que envolveram empresas de 25 países, em quatro principais continentes (só a África ficou de fora).
Ou seja, trata-se de um fenômeno mundial que já teve lances anteriores no Brasil. Em fevereiro de 2003, por exemplo, houve um início de namoro entre a própria Tam e a Varig.
A história não prosperou e a Varig finalmente se fundiu com a Gol em 2008. A consolidação de mercados locais já se deu nos Estados Unidos, na Espanha, em Portugal, na Índia, no Chile e até na China comunista.
Esse é um dos lados da história. O outro é a tendência firme de fusões entre empresas de diferentes bandeiras.
A mais recente, para citar apenas um exemplo, ocorreu no acordo entre a espanhola Iberia e a British Airways, em abril deste ano.
Todos esses negócios são alimentados por uma única razão: o ganho de escala e a possibilidade de redução de custos. A aviação comercial é um dos negócios mais sensíveis, complexos e imprevisíveis do capitalismo moderno.
Manter o balanço de uma dessas empresas no lucro é parecido com o esforço de colocar um avião no ar: um desafio constante à Lei da Gravidade.
Nesse mercado, mais do que em muitos outros, a receita é difícil de obter. Mais difícil ainda é reduzir despesas quando isso se mostra necessário.
É nesse cenário, e não no de uma visão xenófoba retrógrada que sempre encontra defensores no Brasil, que deve ser vista essa fusão.
Unida à Lan, uma das melhores operadoras do mundo, a Tam pode ocupar um lugar que já foi seu entre as empresas aéreas de primeira linha.
A Lan, por sua vez, terá a chance de testar sua experiência num mercado muito maior e mais complexo do que o chileno.
O movimento inicial foi benfeito. Resta, agora, levá-lo adiante com a mesma eficiência.
Fonte: Brasil Econômico - Ricardo Galuppo, 12.08.2011