A relação entre os investidores e os fundadores dos grupos de ensino normalmente é conflituosa. A maioria das empresas ligadas à área de educação ainda é familiar, com pouca profissionalização.
"Quando os fundos entram, mesmo quando é uma participação minoritária, há uma completa mudança na gestão, com mais planejamento e governança. Esse é o lado positivo. Por outro lado, os fundos ainda focam muito no retorno ao acionista e não no aluno. Isso dá muito conflito por conta do padrão de qualidade que se quer atingir. É preciso haver uma integração entre o acadêmico e o financeiro", diz Carlos Monteiro, sócio da CM, consultoria especializada em ensino.
Nos grupos de ensino superior Anhanguera e Estácio, os maiores do país, os principais executivos são dos fundos Pátria e GP, respectivamente. Mas há outros modelos. Na Kroton, a presidência executiva está nas mãos de Rodrigo Galindo há quase dois anos. Galindo é filho do fundador da Iuni, comprada pelo Advent e que integra a operação de ensino. Para evitar conflitos com os antigos donos, o sócio do Advent, Juan Pablo Zucchini, diz que antes de fechar o negócio define qual será o papel da família e o do fundo. Advent já negociou com três famílias desde que entrou no capital da Kroton.
Para Cristiano Lauretti, diretor do Kinea, dono de 20% do Grupo Multi (Wizard e Yázigi), as vantagens de uma empresa familiar é que os gestores, em geral, conhecem o negócio e concordam em melhorar a governança corporativa e a profissionalização. O ponto negativo é o fato de as empresas familiares não estarem 100% prontas para abrir o capital. (BK)
Fonte: Jornal Valor Econômico - 31.10.2012
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