O fundador de uma empresa familiar, a partir de seu impulso empreendedor investe por décadas 100% de sua energia, e de seu patrimônio, para que o negócio se torne uma realidade, no mercado.
A família empresária iniciada pelo fundador e esposa, desenvolve-se. Ao longo do tempo os herdeiros chegam, crescem, tornam-se adultos, formam seus próprios núcleos familiares, têm seus filhos.
Grande parte dos herdeiros, desde jovem, entra para o negócio fundado pelos pais. Esse é um caminho natural na empresa familiar. Ainda que a recomendação de especialistas em negócios familiares, em todo o mundo, seja no sentido de que herdeiros iniciem suas carreiras fora da empresa, por motivos técnicos do desenvolvimento da carreira, e para a melhoria do nível de governança da empresa.
Em minha observação, numa amostra superior a duzentas, os membros de famílias empresárias de efetivo sucesso carregam o projeto da empresa em suas mentes, mais do que no dia-a-dia. Mesmo aqueles que não trabalham na empresa; que trilham suas próprias carreiras, seus próprios negócios, os que possuem interesses pessoais (legítimos) em outros nichos do mercado. Demonstram que há – em seu dia-a-dia – um espaço muito bem definido para a gestão do interesse que possuem, no desenvolvimento dos negócios da família.
O que não significa que não existam desafios de relacionamento familiar, nesse ambiente.
Essa diferença de posicionamento pessoal dos herdeiros aumenta a probabilidade de que os conflitos naturais, quando surgirem, venham a ser trabalhados e superados, não interferindo no sucesso do aumento contínuo e da perenidade do patrimônio.
Tais desafios deverão ser superados com o desenho de um eficiente modelo de governança familiar e corporativa.
Novos tempos traduzem-se no surgimento de novas estratégias familiares e empresariais, também neste tipo de empreendimento.